Interessante
sincronicidade: ontem o Brasil levou uma goleada histórica da
Alemanha jogando em casa, muitos ficaram tristes, choraram, outros
riram e outros nem ligaram, e hoje de manhã na minha caminhada
matinal ouvi o podcast do Mark Passio no qual ele fala sobre a
identificação do ego e o apEGO às coisas passageiras, que acabam
nos conduzindo pela trilha do sofrimento! Cada um sofreu ontem de
acordo com o grau de apego à seleção, à identificação com o
time de futebol como sendo o representante maior da cultura na qual
nasceu, como sendo parte da sua identidade real!
Nesse
podcast, o Mark cita a identificação do ego como uma das quatro
barreiras para atingirmos o estado de auto-realização, da
iluminação e paz de espírito. Achei de acordo com o que já
aprendi sobre alguns mecanismos da mente e já escrevi antes aqui
sobre como o ego pode ser nosso maior inimigo! Porém é bom deixar
claro que o ego em si não é ruim, e sim a identificação e o apego
à essa identidade passageira que adotamos enquanto encarnados nesse
plano. Ele é um mecanismo de defesa do indivíduo, uma forma de
delinear, é o que separa você do resto do mundo, senão você não
saberia onde começa seu corpo e onde acaba, qual a diferença entre
você e o outro. Espiritualmente estamos todos conectados e somos UM,
mas nessa experiência terrena você é único! Até os animais tem
ego, ou seja, é algo inerente à essa experiência! A confusão
começa quando acreditamos que somos apenas isso, que tudo o que
temos é essa identidade e esse corpo, e sabendo que um dia essa
existência terrena terá fim, nos apegamos à ela e em seguida nasce
o medo de morrer, que está na raiz de todos os outros medos! Sei no
meu íntimo que por trás desse corpo físico e por trás dessa minha
identidade passageira, existe um espírito imortal, e quando consigo
fazer essa conexão e ter essa compreensão, meus medos desaparecem!
Gosto de
comparar nosso corpo com um instrumento musical, pois ele é o
instrumento de manifestação do nosso espírito nesse plano! Uma
guitarra na mão de um guitarrista vai fazer música, mas se o
instrumentista não estiver ali, é só um pedaço de madeira com
cordas que não vai emitir som! Sempre que vou a um enterro e vejo o
corpo do falecido, penso: “a guitarra está aí, mas o
instrumentista já não está ligado a ela e por isso esse
instrumento deixou de ter uma função!”
Claro que
temos que cuidar bem do nosso instrumento, se uma guitarra estiver
com corda velha, braço empenado e não afinar mais direito, pode ser
o melhor guitarrista do mundo que não vai conseguir fazer música
com ela! O corpo é o templo de nossa alma e toda encarnação é
para ser uma benção! Da mesma forma o ego ou nossa atual identidade
é passageira, mas pode ser um instrumento muito útil para elevação
da alma e da consciência, e se usado em harmonia com a Lei
Universal, pode realizar coisas incríveis! No entanto, se estivermos
apegados e totalmente identificados com ele como sendo nossa
verdadeira identidade, nos levará a ter medo de perder e aí vem o
sofrimento. Isso serve também para a identificação com papéis
temporários no qual estamos inseridos: ser um médico, policial ou
advogado, ser parte do governo ou de alguma religião, ser apegado a
um time de futebol ou a uma nação específica. Esse medo
desencadeia estados de espírito de sobrevivência a qualquer custo,
de competição, enfim, nos tira do estado de harmonia interior!
Experiência
própria: quanto mais desapego, mais paz e felicidade nessa
existência, menos atrito com nossos semelhantes, menos sofrimento e
dor! Lógico que para mudar nossa programação subconsciente de
anos, é preciso trabalho e perseverança, daí a necessidade da
meditação diária, pois só quando estamos em estados de
tranquilidade mental é que conseguimos reprogramar nossa mente, e
quando experimentamos uma melhora na nossa qualidade de vida devido à
compreensão dos mecanismos da mente, queremos mais é dividir isso
com o mundo!